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06/04/2006 09:04:33
Mangue do Sambaiatuba passa por recuperação
Plantio de duas mil mudas de sete espécies leva de novo a vida para a área

Após a extinção do lixão e da substituição da favela por casas de alvenaria com infra-estrutura completa, o Sambaiatuba assiste agora à recuperação de seu mangue. Ocupado desde a década de 50 por barracos, a área está ganhando vida, com o plantio de duas mil mudas de vegetação própria e 100 de restinga, no maior projeto de recuperação ambiental já visto em São Vicente.
O plantio vem sendo realizado por equipes da Prefeitura e membros da comunidade, sob a supervisão de professores universitários. A iniciativa integra o Projeto de Urbanização e Recuperação Ambiental Sambaiatuba – Habitar/Brasil-BID.
Segundo a coordenadora da Unidade Executora Municipal (UEM), Elisabeth Bacellar, as mudas foram produzidas no viveiro do Parque Ambiental Sambaiatuba (antigo Lixão). O projeto foi idealizado pelo prefeito Tércio Garcia, que é engenheiro agrônomo e iniciou sua carreira há 17 anos, no Horto Municipal. O cultivo de mudas de mangue começou em abril do ano passado, marcando os três anos de existência do Parque.
Beth informa que estão sendo plantadas no manguezal do Sambaiatuba três espécies de mudas de mangue – Rizophora mangle, Avicenia schaueriana, Laguncularia recemosa – e quatro espécies de restinga – Syagrus romanzoffiana, Sophora tomentosa, Dalbergia ecastophyllum e Tibouchina trichopoda.
A coordenadora destaca que o manguezal esteve ocupado durante décadas por barracos. O local vem sendo preparado para receber as mudas há seis meses. Todo o trabalho tem a supervisão de dois professores-doutores de Biologia da Universidade Camilo Castelo Branco (UniCastelo) e São Judas, ambas de São Paulo, Pablo Garcia Carrasco e Solange dos Anjos Castanheira, que acompanham o Projeto Sambaiatuba desde 1998.
A realização é da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), Unidade Executora Municipal (UEM) e Secretaria de Obras e Meio Ambiente (Seobam).

PROPÁGULOS – O plantio de mudas de mangue no Parque Sambaiatuba é feito com propágulos, uma palavra que denomina as sementes das espécies encontradas nos mangues da Região. Os propágulos são coletados em vários locais para garantir a variedade genética das espécies. Depois de plantados os propágulos, deve-se esperar cerca de 120 dias até que as mudas atinjam uma altura em torno de 40 centímetros. Hoje, só São Vicente e Ilha Comprida produzem mudas de mangue.

URBANIZAÇÃO - O Projeto Sambaiatuba proporcionou obras de infra-estrutura, como saneamento, drenagem, iluminação em várias ruas do Jóquei Clube, além de ações sociais e de saúde com toda a população envolvida, que deixou de viver em palafitas sobre o mangue para habitar moradias dignas e com o título de propriedade. O prefeito de São Vicente, Tércio Garcia, assinou, em 30 de setembro de 2005, a segunda etapa das obras do Projeto de Urbanização e Recuperação Ambiental do Sambaiatuba, que chega a um aporte total de investimentos da ordem de R$ 11 milhões, com benefícios para 1.920 famílias e regeneração de extensas áreas de mangue que estavam invadidas há 30 anos. O Consórcio Sambaiatuba, formado por empresas especializadas, dará continuidade ao Programa Habitar Brasil-Bid, em parceria com o Ministério das Cidades, que teve o reconhecimento de organismos internacionais como um dos mais completos do planeta.

Publicado por: Prefeitura de São Vicente

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